terça-feira, 25 de março de 2014

[ FANFIC ] No es una Ilusión

Bueno, como vocês sabem, estou sem PC, postando pelo tablet. Perdoem a formatação, a ausência de imagens, mas vamos ao que importa

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Mariah entrou em seu camarim tomada pela raiva. Não raiva de Rubén, mas sim da situação. Olhou em cima do balcão e viu a garrafa do Licor de Chocolate que tanto gostava. Não queria ficar alta, mas uma dose daquilo certamente lhe aliviaria um pouco. Pegou um copo, serviu-se de uma dose e se sentou no sofá de couro preto que havia no recinto. Com um chacoalho, livrou os pés das sandálias de salto e finalmente bebericou um pouco do conteúdo do copo, sentindo o gosto suave do álcool disfarçado pelo aroma de chocolate. Quando preparava para dar o segundo gole, batidas foram escutadas na porta:
-Entrem... está aberta.
Saori entrou seguida de Helena, esta que fechou a porta com chaves, virou-se para a modelo e indagou:
-Nem precisa falar nada! Eu conheço o sofrimento de uma alma apaixonada... Tão bem quanto conheço uma louca recalcada. - em uma atitude inesperada, sentou do seu lado esquerdo e passou o braço por seu ombro - Relaxe, Mariah! Ele te ama! E nem pense em contrariar o que digo: eu sou a deusa do amor e entendo desse sentimento.
A Ruiva esboçou um sorriso. Saori retirou o copo de sua mão, descansando-o em uma mesa ao lado do sofá. Em seguida, sentou-se a direita da modelo:
-Eu não vou falar como deusa, vou falar como mulher: homem é tudo desatento! Não sabem o que nós pensamos ou deixamos de pensar... O que eles pensam ser relevante é mais importante do que sair de casa sem brilho labial ou delineador nos olhos. Ele não escondeu esse namorico por mal.
-Ah, vocês tem razão! - exclamou a ruiva, demonstrando empolgação - Não vou me abater por aquela pirralha loira.
-Claro, querida! - sorriu Helena, ficando de pé, colocando a mão na cintura, exibindo o top rosa brilhante e a calça Jeans justíssima que usava - Comparada a você, ela é uma mosca morta boiando em uma tigela de sopa fria! Você é uma top model mundialmente famosa, uma guerreira, uma Lady!
-Uma Lady...
Afrodite sabia que esse era o ponto que deveria tocar. Ela sabia que essa era a forma como Ruben a chamava, que este era o nome da música que ele cantava para ela,  fosse no telefone ou cosmicamente. A música que ela, literalmente, furou no LP de tanto escutar:
-Saori... Helena...- a ruiva murmurou. Um olhar de preocupação percorreu o semblante das duas deusas, mas logo desapareceu, quando viram os lábios da modelo se contraírem em sorriso - Vocês são demais! Como humanas, como deusas... Vocês duas são incríveis!
Abraçou cada uma calorosamente, antes que deixassem o camarim. A ruiva também ia deixar o recinto, entretanto seu irmão surgiu na porta:
-agora posso falar com você? - disse, sorrindo ternamente.
-Claro, Tohma. Entre.
Encostou a porta e fez sinal para que o caçula se sentasse. Ele o fez ainda sorrindo:
-Pelo seu sorriso, vejo que tudo correu bem.
-De certa forma. Ainda não conversei com Ruben, mas Saori e Helena me deram alguns conselhos.
-Digamos que conselhos da Deusa do amor são sempre bem vindos. - riu - Mas é bom poder te rever, irmã... Ainda mais assim, tão bela.
-E você, Tohma? Quando eu ia imaginar que você estava no Olimpo? - sentou ao seu lado, pegou sua mão e ficou fazendo carinho. Os olhos azuis do ruivo marejaram neste momento. - Foi uma surpresa quando Athena me disse que você estava em Tokio, me procurando na Fundação.
-Assim como você não sabia que eu estava no Olimpo, eu não sabia que você era uma amazona de Athena. Observava a Terra a sua procura, mas nunca te achei... Então decidi conversar com Zeus e pedi permissão para descer a Terra. - suspirou - Ele me orientou a obrigar Athena a me ajudar com sua localização, mas eu não queria fazê-lo, não dessa forma... Graças aos deuses eu não precisei apelar a isso.
-Por quê?
-Assim que cheguei a Tokio, vi um enorme outdoor. Uma propaganda de perfume. Reconheceria aquele rosto em qualquer parte do mundo. Era você, minha irmã.
-Então por que foi atrás de Saori Kido?
-Tentei descobrir como um civil normal a empresa responsável por aquela propaganda. Aí descobri o nome da Fundação GRAAD.
-Entendi... Então encontrou Athena e descobriu que todo esse tempo...
-Você era aquela Amazona mascarada que eu sempre admirei.
-Ah, que lindo... - sorriu, limpando com as costas da mão direita as finas lágrimas que escorreram de seus olhos - Agora vamos mudar de assunto: então quer dizer que você é o mais novo cunhado do Seiya?
-Hahahaha... Viu como esse mundo é pequeno?
-Não vai me dizer que, igual o Ogawara, se confundiu e se aproximou dela pensando que era eu?
-Jura que ele fez isso? Hahahaha.. - riu o ruivo mais uma vez - Eu não sou assim tão estúpido... Apesar da semelhança física, vocês são muito diferentes em alguns aspectos... Ela é mais doce e você-...
Tohma não pode terminar a frase, pois antes que pudesse fazê-lo, a irmã o puxou para seu colo e aplicou-lhe um violento cafuné. Ao mesmo tempo, Ruben entrou no camarim. A princípio, estranhou a cena, mas logo reparou na semelhança física entre os dois ruivos:
-Ah, então esse é o Tohma...Finalmente apareceu, hein guri?! - indagou, estendendo a mão para cumprimentá-lo.
Tohma já o conhecia. Observava-o, em segredo, do alto do Olimpo, a fim de aprovar o namorado da irmã mais velha. Comprovada a boa índole do músico, sorriu e apertou sua mão:
-Me estima muito conhecê-lo, Ruben.
Seguiram conversando os três, tinham muito assunto a tratar. A verdade é que Ruben havia ido ao camarim da ruiva disposto a esclarecer com ela o assunto "ex-namorada também agenciada pela MCGillis Productions", mas como Mariah agia normalmente com ele, achou melhor relevar:
-Ela é uma mulher de verdade - pensou - A Debbie jamais agiria assim...
Mal sabia ele que estava certo.

***

Seguida por Tina, Debbie entrou em seu camarim. Não fazia questão de disfarçar o semblante de ódio, tanto que arrancou os brincos de pressão das orelhas com tanta força, que os lóbulos ficaram inchados e vermelhos:
-Desgraçados! Todos eles! - voiciferou, atirando as bijouterias sobre a penteadeira - Principalmente o Darrin, por permitir esse namoro publico!
-Acalme-se, Dé! - murmurou Tina, segurando os ombros da cantora - Essa raiva não te levará a lugar nenhum... Você deve agir.
-Agir como? - perguntou com os olhos avermelhados, graças as ácidas lágrimas de ódio que escorriam de seus olhos verdes.
-Eu tenho um plano... Um plano para você destruir a Mariah e recuperar o Ruben.
-Como?! - perguntou espantada - Achei que você fosse amiga dela.
-E sou... Mas te conheço há mais tempo e nunca soube desse seu namoro. Sem contar que a Mariah anda toda felizinha por ser a queridinha do Darrin. Ela precisa dar uma boa abaixada na bola.
-Hm... Então conte-me esse plano.
-Claro, meu doce.
Tina relatou a sua ideia, que foi comemorada com uma gargalhada enfadonha e um brinde com caixinhas de suco de maçã:
-Bem, minha linda... - disse Tina, segurando a maçaneta da porta - Eu vou dar uma volta pelos bastidores. Algo me diz que posso achar meu príncipe encantado hoje...
-Hahahha... Só não se esqueça que Robet e Angelo são duas crianças.
-Falou aquela que namorou um garoto de 13 anos, quando tinha acabado de completar 18! Eu só tenho 15, tá?!
-Bandida!
E rindo, deixou o camarim. Ao fechar a porta, o sorriso desapareceu e um enigmático olhar brotou em seu semblante. Começou a caminhar lentamente, indo na direção do camarim de Mariah. Quando ia abrir a porta, ouviu risadas e uma conversa animada. Decidiu aguardar um pouco, observando o movimento do camarim da ruiva, espreitando atrás de umas caixas de instrumentos. Foram cerca de 15 minutos até a porta se abrir e Ruben deixar o local, acompanhado de Tohma. A loira os observou bem e depois saiu de seu esconderijo, fingindo uma casualidade:
-Hey, Rub! - sorriu - como está, querido?
-Muito bem, eu diria - respondeu, após cumprimentá-la com um beijo no rosto.
-Ah! Foi uma surpresa descobrir que você era o namorado da Mariah. - em seguida, virou o olhar para Tohma - Eu acho que não tivemos a oportunidade de sermos apresentados.
-É verdade... Eu sou Tohma, o irmão mais novo da ruiva.
O ruivo tomou-lhe a mão direita e deu um beijo em forma de cumprimento. A loira sentiu uma leve tensão, mas disfarçou sorrindo:
-Então você é o irmão desaparecido? Desculpe pelo atrevimento, mas aonde esteve, garoto?
-Por ironia do destino, na mesma Grécia para qual minha irmã foi mandada...
-Hahahaha, irônico mesmo. - suspirou- bem, preciso ver a Má. Ela está lá dentro?
-Sim, pode entrar. - respondeu Ruben - A gente vai indo porque eu ainda vou passar as coreografias com os meninos, para o Darrin não nos xingar acima do normal na passagem de som. Com sua licença.
A loira sorriu mais uma vez, porém ainda era evidente que estava tensa. A causa desta tensão toda era Tohma:
-Não resta mais dúvida - pensou, enquanto se dirigia ao camarim - Eu reconheceria o cheiro dele até debaixo dágua... Ikarus, o cachorrinho dos deuses - inspirou fundo e bateu na porta - Má?! Sou eu, Tina. Posso entrar?
-Claro, amiga.
A loira entrou lentamente e visualizou a modelo esparramada no sofá, descalça e rindo. Na mesa lateral, pode ver o copo de licor aparentemente intacto, mas uma mancha de batom vermelho na borda denunciava que a ruiva havia dado um ou dois goles:
-Achei que ia te encontrar devastada, aos prantos, detonando sua garrafa de licor e ouvindo Air Supply, mas veja você... Linda, bela, ruiva e sorridente jogada no sofá. - sentou-se ao seu lado - Pelo visto, está tudo certo entre você e o bonitão, né?
-Sim! - mostrou os dentes em um sorriso perfeito e cheio de alegria - Debbie pode até tentar, mas não vai me derrubar... Não mesmo! Me desculpe por falar dela assim. Sei que é sua amiga, mas...
-Ela até pode ser minha amiga, mas eu nunca soube desse relacionamento entre o Ruben e ela. Fiquei sabendo agora... E, nas condições atuais, estou do seu lado nessa batalha.
-Awn, você é uma linda, Tina! - riu, segurando-a pelo queixo e apertando suas bochechas, deixando seu semblante semelhante ao de um peixe, brincadeira que Darrin fazia com as duas - Fala "peixe".
-"Peeeeeeiiiixe" - silabou, com a boca presa, rindo a partir do momento que a ruiva soltou seu rosto - ai ai... Mas uma coisa me preocupa, amiga...
-E o que seria?
-Se o bonitão não fará com você o mesmo que fez a Debbie.
-Hã?!
-A desculpa de "incompatibilidade de agenda". Pelo que eu sei, vocês ficaram separados por quase 3 meses, não é mesmo?
-Sim, mas... Nos falávamos todos os dias, eu recebia cartas, postais, fotos... Todo o tempo ele esteve comigo, apesar de estarmos longe. Nós temos uma espécie de "ligação cósmica".
-Você e esses seus misticismos gregos... - riu - talvez essa "conexão" - fez aspas no ar - possa até existir, mas quanto tempo irá durar? Assim como ele se encantou por você no Japão, pode acontecer dele se encantar por alguma outra garota simples nas muitas turnês. Mas... Vou parar de fundir sua cuca. Mudemos de assunto.
-Por favor - a voz saiu falha. O sorriso de Mariah havia desaparecido, assim como a posição desleixada. Estava sentada reta, com as pernas cruzadas e balançando freneticamente o pé direito.
-O seu irmão Tohma é uma gracinha! Por todos os deuses que você crê, diga-me que ele está solteiro.
-Sinto te informar que não. Ele namora a Seika, a irmã mais velha do Seiya.
-Hm, que pena - Suspirou - Bom, minha fofa... Eu vou para o meu camarim agora. Qualquer coisa, sabe aonde me encontrar.
-Claro... Obrigada pela visita
-Disponha.
Levantou-se do sofá e saiu. Do lado de fora, riu em silêncio, caminhando em direção ao seu camarim. Ao chegar no local, fechou a porta a chave, encarou o espelho e, com a mão direita sob o pingente em formato de maçã, sussurrou:
-Agora que sei que Ikarus está por perto, tenho que ser cautelosa. Ele pode ser um mero humano, mas por conviver no Olimpo, pode notar a minha presença - suspirou - Não preciso me preocupar com as deusas. Não passam de duas palermas apaixonadas... Se não fosse pela presença do cãozinho do Olimpo, eu poderia deitar e rolar que elas jamais perceberiam que eu sou Eris, a deusa da discórdia.

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