domingo, 2 de setembro de 2012

Crônica da Madruga: Especial Seu Madruga

Boa noite, madrugueiros da net... Há muito tempo não fazia um Crônica da Madruga né? Bem, são 01:17 da manhã, estou sem sono e meu bebê está tentando fugir pelo meu umbigo, ou seja, sono ZERO. Por isso, decidi adiantar esse post. Vai ficar mais ou menos porque não preparei muita coisa, porém o que vale é a intenção.
Pouca gente, aliás, pouquíssima gente sabe que hoje, 02 de Setembro, seria celebrado os 89 anos de uma das maiores lendas do humor mexicano. Falo de Ramón Goméz Valdés y Castillo, ou simplesmente Ramón Valdés,  Don Ramón, Monchito... Aqui no Brasil, Seu Madruga, nosso querido Madruguinha.
Para quem acha que a carreira de Valdés resume-se apenas aos personagens interpretados nos seriados humorísticos criados por Roberto Bolaños, o Chespirito, está redondamente enganado. Ramón iniciou sua carreira artística no cinema em 1948, atuando ao lado dos irmãos em pequenos filmes. Na década de 60, teve papéis em filmes de Pedro Infante e Cantinflas, famosos comediantes do país. Ao todo, fez mais de 100 filmes.
Los Supergenios de la mesa cuadrada
Ramón também atuou em algumas novelas. O destaque fica por conta de "Lupita", protagonizada pela hoje comediante Angelica Vale (a Letty de La Fea Más Bella), exibida pelo SBT em 1985. Infelizmente, não localizei informações sobre a atuação dele nesta novela.
Ah qué Kiko
Apesar do destaque no cinema, foi com a TV que Monchito tornou-se conhecido internacionalmente. Em 1968, fora convidado por Chespirito para, junto com María Antonieta de las Nieves (a Chiquinha) e Rubén Aguirre (o Professor Linguiça Girafales), formar o elenco do programa "Los supergenios de la mesa cuadrada", que em 70 tornou-se "Chespirito" e assim ficou até 1973, quando surgiram os programas "El Chapulín Colorado" e "El Chavo del 8". No primeiro, vale destacar os grandes personagens interpretados por Ramón, como Tripa Seca, Racha Cuca, o pirata Alma Negra, o anão Zangado (em Blanca de Nieve y los 7 Churin Churin fun flays) e Super Sam, uma "fusão" do Superman com o Tio Sam, obviamente, usado como sátira aos americanos. Em 1979, deixou o seriado e partiu para a Venezuela, atuando com Carlos Villagrán, o Quico, no programa "Federrico", no qual Valdéz interpretou Don Mocho, dono de uma mercearia, no entanto, em 1981, retorna para o México e a trabalhar com Bolaños, desta vez no seriado "Chespirito". Voltou a trabalhar com Villagrán em 87 em seu próprio seriado, intitulado "Ah, que Kiko!", mas por pouco tempo, pois já estava agravado seu estado de saúde.
Dentre os colegas de elenco em Chespirito, possuía maior proximidade com Carlos Villagrán, Edgar Vivar (o Senhor Barriga) e Angelines Fernandez (a Bruxa do 71 Senhorita Clotilde). Villagrán já relatou que, quando percebeu que o amigo já estava muito debilitado, falou em gesto de amizade "nos vemos lá em cima, no céu". Segundo ele, Ramón riu e respondeu "não se faça de louco, nos vemos no inferno".
Outro relato fora dado por Edgar que, em uma de suas últimas visitas, ouviu do amigo "Senhor Barriga, não poderei lhe pagar o aluguel".
Ramón faleceu em 9 de Agosto de 1988, aos 64 anos, em decorrência a um tumor maligno no estômago, provavelmente oriundo de um que já existia em seu pulmão, já que este era fumante ativo e não abandonou a nicotina nem quando estava internado.
Em seu enterro, Angelines ficou por cerca de duas horas ao lado de seu caixão, lamentando profundamente a morte de seu amigo. Durante o velório, passou todo o tempo murmurando entre as lágrimas "mi rorro", forma carinhosa como o chamava. A família garante que, após a morte de Valdés, Angelines nunca mais foi a mesma e descuidou-se da saúde. A atriz faleceu seis anos depois, também vítima de câncer.
Bom, fica aqui essa homenagem ao meu personagem preferido de toda a série Chaves, tido por muitos como vagabundo, mas que já teve todo tipo de profissão possível, que ao mesmo tempo que afirma que "não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar", também prega a filosofia do "não há nada mais trabalhoso do que viver sem trabalhar", um homem que apanha injustamente, mas quando o grande causador da maioria das pancadas recebidas falha, ele assumi o erro em seu lugar em um bravo ato de nobreza. Talvez seja por isso que Seu Madruga é tão amado aqui no Brasil: por ser a cara do povo brasileiro.


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